O senador afirmou, nesta terça feira, na sessão especial do Senado em homenagem ao Dia Internacional da Democracia, que a mídia se transformou em “inimiga das instituições representativas”. Segundo ele, a discussão sobre quem é o atual representante do povo: a mídia ou o parlamento é um tema debatido por todos atualmente. “A tecnologia levou os instrumentos de comunicação a tal nível que, hoje, a grande discussão que se trava é justamente esta: quem representa o povo?... não estou dizendo isso aqui, estou repetindo aquilo que, no mundo inteiro hoje se discute”, declarou.
Sarney também defendeu o parlamento e afirmou que este recebe freqüentes críticas, pois, ao contrário dos outros poderes, sempre toma decisões de maneira aberta.
Para César Brito, presidente da OAB, a declaração de Sarney é condenável. A mídia declarou Brito, trata de um bem fundamental: a liberdade de expressão e sem esta, “não existe Estado de Direito”. Grande parte da população também reprovou a declaração de Sarney postando comentários em blogs, sites de notícia, Twitter e outros.
Após grande crítica, a assessoria de Sarney divulgou nota, no dia seguinte ao discurso, enfatizando que Sarney não teve a intenção de criticar os meios de comunicação. A nota esclarece que Sarney fez apenas uma “apresentação teórica sobre o antagonismo do imediatismo da mídia eletrônica ao prazo dos mandatos parlamentares”. Para ele, é necessária uma reforma política urgente devido à nova sociedade da comunicação. O mandato de quatro anos seria dessa forma, incompatível com a velocidade da Internet. O diretor-executivo da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, ressaltou que o fato de Sarney justificar que foi mal interpretado, em vez de melhorar, piorou a situação para o lado dele.
Não foi esta, a primeira vez na qual Sarney condenou o papel da mídia. Recentemente, ele atacou jornalistas afirmando que a imprensa “devassa a privacidade dos parlamentares” e que estavam fazendo uma campanha contra sua permanência no cargo agravando assim, a crise no Senado. Interpretações errôneas sempre existirão, mas esse fato mostra a importância de sermos mais claros quanto as nossas declarações. Sarney, que já está na política há anos deveria ser mais cuidadoso na hora de tocar em temas delicados e fazer comparações, ao invés de se fazer de injustiçado.
Paula Bordallo Silveira
é aluna das Faculdades Integradas Hélio Alonso
18/09/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário