quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O PESO DA IMAGEM NA COMUNICAÇÃO

XXIII - O peso da imagem na comunicação

Ricardo Bellino*


Muita coisa tem sido dita a respeito da importância da imagem. Não faltam empresas e profissionais especializados em construção de imagem – e há até quem diga que inúmeros candidatos a cargos públicos devem a esses profissionais boa parte de seus votos.

Hoje em dia é norma aceitar sem contestação a afirmação de que uma boa imagem é tudo. Pode até não ser tudo, mas é fundamental. Pesquisei a fundo o assunto quando me preparava para escrever meu livro Três minutos para o sucesso, que em breve será lançado nos Estados Unidos pela editora McGraw Hill.

Queria saber que peso a imagem que você projeta tem no momento em que você encontra pela primeira vez aquela pessoa que poderá comprar sua idéia, investir em seu negócio ou lhe dar um emprego. Minhas pesquisas me levaram a um estudo interessantíssimo, conduzido pelo dr. Albert Mehrabian.

Pioneiro no estudo da linguagem corporal, tema ao qual se dedica há mais de 40 anos. Mehrabian é Ph.D em psicologia e professor emérito da Universidade da Califórnia. Ele classificou os elementos que interagem quando uma mensagem é transmitida durante uma conversa frente a frente e, com base em suas pesquisas, atribuiu a cada um deles uma porcentagem relativa à sua importância na transmissão da mensagem.

A classificação deu origem ao que ele chama de fórmula dos três Vs: os elementos verbais (palavras) são responsáveis por 7% da eficácia da transmissão de uma mensagem; os elementos vocais (tom de voz, inflexão, timbre, ritmo, pausas, cadência, interjeições etc.) respondem por 38%; e os elementos visuais (aspectos não-verbais como imagem e expressão corporal) são responsáveis por nada menos que 55% da eficácia de uma mensagem transmitida durante uma conversa frente a frente.

Por mais surpreendente que possa parecer, os elementos não-verbais são responsáveis por mais da metade das chances de sucesso de uma comunicação verbal, afirma o pesquisador. Até mesmo o tom com que uma palavra é dita exerce sobre o ouvinte um efeito maior do que o próprio significado da palavra. Ou seja, o importante não é apenas o conteúdo, mas a forma pela qual esse conteúdo é apresentado.

Uma mensagem sem grande importância, transmitida por alguém com entusiasmo, é recebida com muito mais interesse do que uma brilhante, transmitida por pessoa apática. Exemplo clássico é a pesquisa feita logo após a transmissão do debate de 1960 entre Richard Nixon e John F. Kennedy, candidatos à presidência dos Estados Unidos.

Quando os pesquisadores perguntaram às pessoas que haviam acompanhado o debate pelo rádio qual dos dois tinha vencido, a grande maioria dos entrevistados deu a vitória a Nixon. Porém, quando a mesma pesquisa foi feita com o público que assistiu ao debate pela televisão, o resultado foi uma esmagadora vitória de Kennedy - que acabou, de fato, ganhando a eleição. Não é difícil entender o que aconteceu: Kennedy projetava uma imagem muito mais poderosa do que Nixon.

Outro exemplo célebre, que entrou para o anedotário de Hollywood, tem como protagonista o lendário produtor cinematográfico Sam Goldwyn, um dos fundadores da companhia MGM. Certa vez, Goldwyn reuniu-se com um roteirista a fim de ouvir suas idéias sobre um novo filme.

O roteirista, porém, expressava-se de uma forma tão enfadonha que o próprio Goldwyn caiu no sono bem no meio da reunião. Ofendido, o homem acordou-o e disse: "Eu estou lhe pedindo sua opinião sobre a minha idéia e o senhor pega no sono?" Ao que Goldwyn, então, replicou: "E dormir não é uma opinião?"

* Ricardo Bellino - Sócio-fundador e dealmaker da Trump Realty Brazil e fundador do Inemp, o Instituto do Empreendedor, e da Bellino's Unlimited. Palestrante, autor de livros, apresenta o programa "PodSucesso por Ricardo Bellino".
Site: www.podsucesso.com.br

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