domingo, 27 de setembro de 2009

Um Reino e sua Democracia

Mediante tantas questões levantadas recentemente, a permanência de Sarney e a pressão da mídia para sua saída são algumas delas, estaria o país a beira de um colapso político?

Quando se fala de Democracia não é preciso saber suas origens tampouco a etimologia da palavra para entendê-la. Basta reconhecer que a própria palavra já exprime consideravelmente o que foi conquistado a duras penas após anos de Ditadura Militar no Brasil: a liberdade de expressão e de opinião. Ora, seria ao menos um paradoxo sequer levar em consideração a declaração do nobilíssimo presidente do Senado ao dizer que foi mal interpretado quando sugeriu que a nossa Imprensa desempenharia o papel de representante do povo em detrimento ao Parlamento.
Como um país de contrastes, o Brasil se consolidou também como um país de contradições, e como tal, por mais que soe estranho aos ouvidos de um incauto, só a afirmação do referido Senador da República ao atentar para a necessidade urgente de mudanças no sistema político-eleitoral brasileiro e para uma reforma política já causaria um certo estranhamento, justamente porque foi com esse mesmo sistema que ele conseguiu erguer sua sólida vida política durante longos anos de vida pública e de toda sua dinastia, eternizando em sua terra natal, o clã Sarney. Como poderia, gozando de tamanha deferência contestar os supostos alicerces que o mantêm como líder até hoje?
A mídia no Brasil desempenha seu papel, quer seja como fomentadora de idéias quer seja para exposição dos fatos, pois essa é sua função. Tratá-la como ferramenta do povo não é um demérito e nem constitui uma inverdade, uma vez que ela deve ser reflexo dos anseios de uma sociedade. Ao contrário do que possa parecer, a mídia manipula a massa na mesma proporção com a qual é manipulada, portanto nada mais justo considerá-la projeção de um povo. Diante dessa celeuma, todos, sem qualquer excludente, têm um papel a desempenhar. A Imprensa, tanto quanto o Congresso, são resultados de quem os construiu, e discutir sua fragilidade ou solidez, a própria história nos dá a resposta, seja imediata ou em longo prazo.
A Democracia é justamente isso: tal qual a Imprensa e todas as formas de mídia, confere a todos o direito soberano de exprimir suas idéias e suas opiniões, por mais polêmicas ou incongruentes que sejam, afinal, partindo da premissa de que tudo possa ser uma mera interpretação, até mesmo esse texto pode ser uma simples opinião de um cidadão brasileiro, uma pretensa matéria jornalística de um estudante ou até mesmo uma divagação de uma pessoa que ainda acredita na verdade, sob todos os pontos de vista.



Marcelo dos Santos
é aluno das
Faculdades Helio Alonso
Relações Públicas – Noite
Campus I
RJ, 18 de setembro de 2009

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